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De acordo com a entidade, os juros mais baixos, o câmbio mais alto e níveis de demanda preservados devem favorecer a produção da indústria nacional. “O cenário, que mostra sinais de recuperação do crescimento registrados entre junho e agosto foi parcialmente revertido em setembro, mas ainda assim, as condições macroeconômicas são mais favoráveis do que nos últimos meses de 2011”, diz a Abramat, em nota.A associação divulgou nesta terça-feira (6), em São Paulo, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), perspectivas do setor para 2013, além do estudo completo do Perfil da Cadeia Produtiva da Construção e da Indústria de Materiais e Equipamentos referente ao ano de 2011.
Perfil de despesas das famílias
O estudo identificou que o maior percentual de gastos das famílias está relacionado às compras dos serviços de construção, ou seja, a contratação de pedreiros, pintores ou empreiteiros, feita diretamente pelas famílias, com 42,4%.
Já a compra de materiais procedentes da indústria de transformação (cimento, tintas, metais sanitários, entre outros), ocupa a segunda colocação de consumo e corresponde a 36,7% dos gastos com construção. O setor de indústria extrativa (areia, pedra e brita) vem logo a seguir, com 20,9% das despesas.
De acordo com a pesquisa, a classe de renda familiar mensal mais baixa (R$ 840) dispõe a maior parcela dos seus gastos para a compra de materiais procedentes da indústria de transformação (49,9%). A contratação de serviços corresponde a 33,9% e a indústria extrativa responde por 16,2%.
Empregos
Mais de 830 mil pessoas assumiram novos postos na cadeia. Contudo, houve uma redução de quase 60% na comparação com 2010, quando o número de ocupados aumentou em 1,992 milhão de pessoas.
A Abramat destaca que a indústria de materiais sofreu com o menor ritmo de atividade das empresas de construção e com a maior penetração das importações.
Previsão para 2012
A Abramat deve revisar novamente para baixo a previsão de faturamento para este ano. Os dados ainda dependem do resultado das vendas de outubro, mas a expectativa é que a receita do setor, descontada a inflação, cresça entre 2% e 2,5% em 2012, ante uma estimativa anterior de um aumento de 3,4% em relação a 2011.
Foi a segunda vez no ano que a Abramat revisou sua previsão. A primeira estimativa para 2012 apontava um crescimento de 4,5%.
Segundo Walter Cover, presidente da associação, o principal problema vem sendo a demanda por parte de obras de infraestrutura. Em relação ao ano passado, as vendas para esse segmento devem recuar entre 20% e 25%, afirmou.
O consumo de material de construção pelas famílias melhorou no segundo semestre deste ano, mas não com a rapidez necessária para reverter o quadro negativo nos demais segmentos. Em agosto, o varejo avançou bem, mas perdeu força em setembro. 'Não tenho os números fechados de outubro ainda, mas o varejo veio bem no mês, teve o desempenho que esperávamos para setembro', disse Cover ao Valor.
Para 2013, a Abramat espera um crescimento entre 4% e 5%. O presidente afirma que a previsão otimista deve-se a dois fatores. O primeiro é que a base de comparação, o ano de 2012, será mais baixa por ter sido um ano fraco. O segundo, o cenário positivo, com a continuação do avanço do consumo das famílias e o destravamento das obras de infraestrutura.
Com relação ao segmento imobiliário, a previsão da entidade é que a demanda mantenha-se estável, pois a queda de lançamentos na área deve ser sentida mais fortemente apenas a partir de 2014. 'Tudo isso permite traçar um cenário mais otimista, não um otimismo de 'oba, oba´, mas bem calcado, para 2013', afirmou Cover.
fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/11/consumo-das-familias-deve-sustentar-venda-de-materiais-de-construcao.html